A dependência química é um problema que afeta muitos jovens brasileiros. A ineficácia pública em combater o tráfico de drogas torna o acesso de jovens a substâncias ilícitas uma tarefa fácil.
A falta de perspectiva de futuro ligada a sintomas de depressão e ansiedade, assim como condição econômica e social, além de traumas e decepções, são alguns dos fatores que contribuem para o início do uso de drogas e a eventual adicção.
Uma vez viciado, o indivíduo passa a viver em função de sua adicção, o que compromete toda a estrutura familiar, afetiva e profissional dessa pessoa. Podendo gerar consequências que colocam em risco sua condição e a condição de pessoas próximas ao dependente.
Com o desenvolvimento do vício, a abstinência se torna desesperadora, o que leva o dependente a buscar sempre por mais utilização de drogas, aumentando também a quantidade consumida de acordo com o grau do vício. O resultado é um indivíduo doente, sem capacidade de ação e inerte perante sua condição de dependência.
Em alguns casos, a internação involuntária pode ser a única maneira de ajudar um familiar ou conhecido que sofre de adicção. E embora essa seja uma medida considerada severa pela maioria das pessoas próximas, pode ser a melhor saída para combater o vício e devolver ao dependente sua liberdade e felicidade.
O que é internação involuntária?
A internação involuntária é aquela na qual a família do paciente pode decidir se ele será internado ou não, sem consentimento ou autorização prévia do dependente, ocorrendo uma vez que o núcleo familiar o considere inapto a tomar decisões visando o próprio bem-estar pessoal.
Este tipo de intervenção é realizada por médicos especializados, e é destinada a pacientes cuja vida está em risco ou quando o dependente químico perde a capacidade de autonomia, sendo necessário intervir para evitar danos à integridade física e mental do paciente, assim garantindo sua segurança.
Ao contrário do que muitos pensam, a dependência química é um desafio para toda a família do indivíduo e não é difícil só para o usuário. Sendo necessário o acompanhamento psicológico do círculo familiar, uma vez que esse tipo de intervenção tem grandes chances de afetá-los psicologicamente também.
Como identificar se está na hora de uma internação involuntária?
Os parentes mais próximos são capazes de identificar comportamentos de quando o vício está afetando o dia a dia e a saúde mental de seu familiar. Caso a família esteja em dúvida, alguns fatores podem indicar que uma intervenção é necessária.
Por exemplo:
- Falta de interesse em atividades do dia a dia
- Oscilações de humor e em relacionamentos
- Diminuição ou perda da vida social
- Uso de drogas como refúgio
- Descontrole e vícios
- Isolamento
- Agressividade
Ao contrário do que é pregado, a alternativa de internação involuntária não é desumana e abusiva, uma vez que hospitais e clínicas oferecem internação com estrutura acolhedora e suporte médico presente para garantir ao paciente todo o conforto e segurança que ele necessitará nesse momento de dificuldade.
Esse tipo de internação é prevista pela lei federal 10.2016 de 6 de abril de 2012, que garante os direitos de que um dependente químico seja internado contra a sua vontade, podendo ser uma opção extremamente benéfica para o paciente.