A gente é o que a gente come, diz o ditado. A relação entre a alimentação e a saúde é conhecida não é de hoje. Desde sempre, é sabido que uma boa qualidade de vida está ligada a uma rotina de dieta balanceada e vice-versa.
Nossa saúde e o bom funcionamento do corpo e da mente exigem a ingestão de determinados alimentos para a adequada obtenção de vitaminas, minerais e outras importantes fontes de energia que nos proporcionam o devido bem-estar.
Mas nem sempre comer o que faz bem é prioridade. Muitas vezes escolhemos a opção mais prática ou a mais acessível quando fazemos a nossa feira. De modo que a alimentação saudável normalmente é deixada de lado.
Uma das características da modernidade foi alterar a forma como consumimos comida. Por milhares de anos, nós seres humanos dependíamos da caça e coleta ou mesmo da agricultura e pecuária para prover sustento pessoal e coletivo.
Hoje, por outro lado, tudo o que nosso paladar busca, pode ser encontrado nas prateleiras de supermercado, feiras livres, restaurantes ou até aplicativos de delivery, tornando o acesso à alimentação uma coisa prática.
E por conta da relação preço e qualidade, quase sempre se procura o que menos custa em dinheiro e mais custa em saúde, principalmente no contexto econômico do país onde o poder de compra está defasado e os preços inflacionados.
Nessa constante, nossa saúde é quem sofre, e não apenas a saúde do corpo, mas também a saúde da mente. A alimentação possui fator muito importante na maneira como nosso psicológico funciona, afetando a nossa saúde mental.
Muitos estudos e pesquisas têm sido feitas nos últimos anos em específico para determinar como a saúde mental da população em geral tem sofrido alterações negativas em decorrência de estresse, ansiedade e outros fatores cotidianos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de brasileiros diagnosticados com ansiedade chegou a 19 milhões de pessoas, o que corresponde a quase 8,5 % da população do nosso país.
A quantidade de casos vem sofrendo um aumento exponencial tão grande que a própria OMS não diferencia mais a saúde mental da saúde física, encarando ambas como correlacionadas no bem-estar dos seres humanos.
E como a saúde mental é um tema em questão bastante difundido, especialmente devido a pandemia de covid-19, muitos buscam na alimentação um recurso para ajudar a lidar e prevenir transtornos como a ansiedade e a depressão.
O que comer?
O cardápio é simples, mas variado. Rico em frutas, verduras e legumes, além de cortes magros de carne e alimentos integrais. Essa é a receita de uma vida mais saudável física e mentalmente falando.
Por outro lado, uma alimentação repleta de açúcares, conservantes, gordura hidrogenada e excesso de sódio são os vilões de quem busca estabelecer a alimentação como norte para uma saúde mental mais estável.
O campo que vem lidando com as relações entre a alimentação e o bem-estar mental é chamado psiquiatria nutricional, responsável por estudar como determinados alimentos agem com nossa psique.
Um estudo realizado pela USP em 2021, revelou recentemente que o Brasil lidera a lista de países com a maior porcentagem de casos de ansiedade e depressão em sua população, um dado preocupante e que merece a atenção devida.
Felizmente, a comida tradicional brasileira consiste basicamente de produtos naturais, de modo que não precisamos ir tão longe em questão de cardápio para agregar um pouco de saúde no prato e adicionar mais saúde mental como consequência, deixando o nosso prato mais colorido e nosso corpo e mente mais fortes.
Ainda assim, é importante ressaltar que a comida não é a solução, mas um meio para alcançar bons resultados. Nenhum alimento supre a falta de um bom cuidado profissional com a nossa saúde mental.
No geral, pessoas ansiosas e depressivas tendem a não ter bons hábitos alimentares regulares, isso é uma característica que além de influenciar o quadro de transtorno também impede sua evolução.
Há quem coma por pura ansiedade algo que virá a prejudicar sua saúde, como também há quem não coma nada por estar imerso numa crise ansiosa ou num momento mais depressivo.
Quando associada ao transtorno de ansiedade, por exemplo, busca-se comer mesmo sem fome para aliviar os sintomas e normalmente comidas processadas ou com alto valor calórico e poucos nutrientes.
Da mesma forma, a falta de alimentação adequada acentuada pela ansiedade pode gerar patologias como anemia e em casos mais mórbidos até mesmo anorexia, caso os sintomas não sejam interrompidos à tempo com tratamento devido.
Dicas de como organizar uma alimentação balanceada
Sugerir dicas de alimentação é também sugerir hábitos para a vida toda. Comer bem não necessariamente significa comer só comida saudável. Exceções podem ser feitas quase sempre desde que se mantenha uma regularidade.
Por exemplo, pode-se manter uma rotina alimentar mais adequada durante a semana e se permitir comer e beber com menos moderação aos fins de semana e feriados.
De qualquer forma, comer regularmente é uma ótima forma de preservar o seu metabolismo, atuando também como regulador energético, uma vez que manterá seu nível de açúcar no sangue mais contínuo, evitando a fadiga e mau humor.
- Permanecer hidratado regularmente durante todo o dia também é fundamental. Além da ingestão de comida, a ingestão de água realiza uma função de manutenção da temperatura do corpo e dispersão de fluidos.
- Balanceie a ingestão de gorduras saudáveis. Elas são importantes para o bom funcionamento do cérebro e fontes de saúde numa boa alimentação. Alguns exemplos são o azeite, ovos, nozes, linhaça, castanhas e outros alimentos.
- Incluir a utilização de cereais integrais como aveia, granola, centeio, trigo e entre outros, ajudarão a fornecer para o seu corpo determinadas vitaminas e minerais que são cruciais para a saúde.
- Adicione proteínas nas suas refeições. Carnes como a do frango, por exemplo, são ricas em proteína e possuem pouca gordura. Carne bovina, ovos, soja, peixes e camarão também são ótimas variações para o cardápio.
- A saúde do intestino também deve ser mensurada, a partir do consumo de probióticos, vegetais e frutas. A função intestinal está diretamente relacionada com o estado de humor do indivíduo, sendo indicativo importante do bem-estar.
- Fique de olho para controlar o quanto de psicoativos você consome. Substâncias como a cafeína e o álcool podem alterar seu humor e sensibilidade, causando problemas no sono, ansiedade e irritabilidade.
- Chás, refrigerantes, chocolate e outros produtos também podem causar o mesmo efeito, por isso é válido maneirar no seu consumo e variar bastante o cardápio para não cair na rotina e enjoar com algum alimento.
Informações adicionais
Antes de fazer qualquer alteração na sua alimentação, é recomendável consultar um nutricionista. Esse profissional poderá realizar uma avaliação física propícia e orientar uma dieta balanceada para o seu tipo de demanda individual.
Respeitar sua genética também é essencial. Cada caso é único e nem sempre a alimentação que você mais gosta é a melhor para você. Isso também tem relação com saber seus limites e comer o que te proporcionará o melhor bem-estar.
Praticar atividades físicas regularmente trará vantagens para sua saúde mental além de ajudar o seu corpo a metabolizar toda sua alimentação propriamente. Ter um horário de sono fixo colabora no mesmo sentido.
Para finalizar, uma boa prática social que influencia na forma como nos relacionamos e nos sentimos mentalmente saudáveis é o ato de fazer refeições em grupo.
Seja em família ou entre amigos, essa atividade colabora com um senso de participação em uma unidade, o que também colabora para a saúde mental no geral e ajuda a pessoa a se sentir parte de um grupo.
Em suma é isso, alimentação de qualidade é uma vida mais apta a ser vivida e encarada da melhor forma. Por isso, invista em um cardápio mais saudável sempre que possível, mas não esqueça de consultar um profissional.
Por enquanto é isso, que as informações deste artigo possam servir como norte para a criação de hábitos alimentares saudáveis da sua rotina e que cada vez mais saúde possa ser gerada a partir disso.
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